Um ser humano, descomprometido com vaidades umbilicais, com capacidade de mobilizar com persuasão da palavra e gestos nobres é um verdadeiro Homem livre. O líder não precisa de se blindar com armas, canhões, soldados porque lhe basta estar blindado pelo exemplo, coerência e desapego ao poder absoluto.
Um verdadeiro líder não contrai a “Peste Bajulice”, vacina-se antecipadamente, com a vacina dos “Contrários”, por detestar e assumir-se contra a bajulação.
O verdadeiro líder compromete-se apenas com a justiça, o bem comum, a boa gestão da coisa pública, as liberdades e a democracia, por aversão à lisonja inimiga da verdade e da cidadania.
O verdadeiro líder não faz discursos em sentido contrário à prática quotidiana, para não acabar tão pobre, quanto os “mercenários” da adulação, bocas com prazo de curta validade.
Um verdadeiro líder não hipoteca nunca o futuro, negando educação, ao jovem do amanhã, por apego ao poder do presente.
Um líder não cultiva raiva, ódios, discriminação, para não correr riscos de, um dia, despertar, sobressaltado, com as calças na mão, face ao estrondoso ruído de indignação popular, às portas do palácio, em função da soberania cidadã ter rompido todas as barreiras militares, dando um basta, ao totalitarismo, à má governação, à inflação, aos altos impostos, desemprego, etc..
O verdadeiro Homem livre não culpa nem manda farpas ao passado que não volta, mas com o fogo do presente tempera o aço da nova aurora.
Um verdadeiro líder não escancara a economia ao capital estrangeiro, autêntico tubarão do empresariado angolano e do neocolonialismo económico.
Um verdadeiro líder tem a pedagogia da plural audição, para não ser surpreendido com a sublevação social, a indiferença, o desprezo e a humilhação dos cidadãos.
O verdadeiro líder, comprometido com os sublimes conceitos de LIBERDADE E DEMOCRACIA, rejeita, por valores morais e éticos e, principalmente, vergonha na cara, qualquer comparação ao imperador francês do século XVII, Luís XIV, devido a ignóbil expressão, pronunciada a 14 de Maio de 1643: “L’ état c’est moi”, significando, em português: “O Estado sou eu”.
Um verdadeiro líder é digno quando coloca mais de 50% dos royalties do petróleo, gás e mineiros (quando o país tiver essas riquezas), ao serviço de uma Educação com visão de desenvolvimento das prioridades angolanas e não uma educação de total viés ocidental, muitas vezes distante das realidades dos povos autóctones.
Angola tem condições de ter um sistema de educação e ensino de acordo com os nossos valores culturais e tradicionais, aliando com o que de melhor existe nas ciências internacionais, mas nunca subjugadas a essas a 100%. Ademais, pela população angolana, a educação pode ser obrigatória e gratuita até ao ensino universitário.
Infelizmente, mesmo em pleno século XXI, Angola e muitos outros países, no mundo está (estão) carente(s) desta espécie de homem grande.
Se emergir um, no nosso seio, quem agradecerá? Angola e os Angolanos.